Falha de outro tipo seria se todos os processos vissem os
crimes investigados sistematicamente condenados. Numa situação saudável,
havendo uma suspeita desta natureza, o visado só tem que não atrapalhar e
ajudar a que se esclareça rapidamente. Num contexto salutar beneficiaria de uma
presunção de inocência efetiva.
A prática não é assim.
Se pensarmos na grande quantidade destes casos com fundamentos
inequívocos, mesmo se ainda não transitados em julgado, cada nova suspeita não
é entendida como uma situação pontual a esclarecer, mas sim como mais uma, da
mesma série. Se acrescentarmos a gincana processual que os
investigados/acusados montam, José Sócrates como exemplo eloquente, para
atrasar o normal desenrolar e desfecho dos processos, há uma percepção, justa ou
injusta, de que casos com eleitos são frequentes e que estes não ajudam a um
esclarecimento rápido das suspeitas, pelo contrário. Muitas vezes até nos tomam
por atrasados mentais.
Há nervos à flor da pele e, à falta das outras, muita
sentença de opinião num ou noutro sentido. A solução não passa por opinar, mas
por … ser sério. Difícil?
Sem comentários:
Enviar um comentário