Acho particularmente irónica a justificação de que alguns “desvios” nas prioridades da vacinação foram feitos para “aproveitar as sobras”… Recorda-me uma história que me contaram de um empreiteiro “esperto” que tinha o hábito de propor partilhar com “oportunos terceiros” as “sobras previstas” das suas empreitadas. Estão a ver o nome correto, certo?
Se o número efetivo de doses disponíveis para cada conjunto
de frascos abertos tem alguma variação, não será possível convocar um pouco por
excesso, o chamado “overbooking” nas viagens aéreas? No caso de um voo
confirmado, ter que esperar pelo próximo pode ser efetivamente um grande
inconveniente, mas ser vacinado um dia ou no seguinte, não deve ser assim tão
dramático. Questão de planificação, certo?
Obviamente que o problema de fundo não é a questão técnica
da “gestão das sobras” e da sua deficiente planificação, mas sim de que serve
de desculpa e justificação para uma coisa vergonhosa. Não é preciso mais
acrescentar, certo?
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