Quiseram a sorte e o azar de uma desprogramação de última hora que eu pudesse visitar longamente a basílica de Santa Sofia em Istambul. Na prática não foi bem visitar, foi tentar vivê-la.
Já lá tinha passado há uns anos, mas apenas entrando num pé e saindo no outro. Agora foi diferente. Atravessei-a lentamente, explorando todos os cantos e esquinas acessíveis, com a sensação e a emoção de estar a pisar um lugar histórico único. Em mais de quatorze séculos por ali passaram imperadores romanos, papas, patriarcas ortodoxos, sultões e califas. Num local ímpar da bacia deste mar nosso a quem batizaram de centro da Terra. Ali, no promontório do “Serralho”, condensam-se e cruzam-se tantos caminhos, guerras, impérios, riquezas, artes, saberes e desgraças, que é impossível não sentir um peso enorme nos ombros, por maior que seja a leveza com que se procura colocar os pés naquelas pedras desgastadas pelos séculos.
A basílica é maciça, maciça no aspeto exterior, maciça no espaço interior e na sua história de sobrevivência. Os quatro minaretes que em tempos a mesquitizaram, fazem uma espécie de cerco, circunscrevendo-lhe o espaço e, se é certo que ela não cresce para lá daquele perímetro, em nada perde de dimensão e pujança. Gostaria apenas que lhe retirassem os escudos verdes arabizantes descaracterizadores, da mesma forma como apreciaria que a antiga mesquita de Córdova fosse libertada dos adicionais cristãos lá colocados.
As figuras, temporariamente escondidas durante os séculos em que foi local de culto do Islão, resistiram mais ou menos e vamos vendo-as assim, enquanto pudermos, já que não faltam tentações e intenções de fazer o edifício retomar essas funções.
Sofia significa sabedoria, certo…? Oxalá!
Já lá tinha passado há uns anos, mas apenas entrando num pé e saindo no outro. Agora foi diferente. Atravessei-a lentamente, explorando todos os cantos e esquinas acessíveis, com a sensação e a emoção de estar a pisar um lugar histórico único. Em mais de quatorze séculos por ali passaram imperadores romanos, papas, patriarcas ortodoxos, sultões e califas. Num local ímpar da bacia deste mar nosso a quem batizaram de centro da Terra. Ali, no promontório do “Serralho”, condensam-se e cruzam-se tantos caminhos, guerras, impérios, riquezas, artes, saberes e desgraças, que é impossível não sentir um peso enorme nos ombros, por maior que seja a leveza com que se procura colocar os pés naquelas pedras desgastadas pelos séculos.
A basílica é maciça, maciça no aspeto exterior, maciça no espaço interior e na sua história de sobrevivência. Os quatro minaretes que em tempos a mesquitizaram, fazem uma espécie de cerco, circunscrevendo-lhe o espaço e, se é certo que ela não cresce para lá daquele perímetro, em nada perde de dimensão e pujança. Gostaria apenas que lhe retirassem os escudos verdes arabizantes descaracterizadores, da mesma forma como apreciaria que a antiga mesquita de Córdova fosse libertada dos adicionais cristãos lá colocados.
As figuras, temporariamente escondidas durante os séculos em que foi local de culto do Islão, resistiram mais ou menos e vamos vendo-as assim, enquanto pudermos, já que não faltam tentações e intenções de fazer o edifício retomar essas funções.
Sofia significa sabedoria, certo…? Oxalá!
2 comentários:
Acho que foi sorte! Parabéns.
Ou isso.. :) Obrigado.
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