Foi numa tarde de domingo, quando depois das voltas habituais e eventualmente das extraordinárias, nos sentamos por uns minutos em frente à televisão, em meia resignação. Passa um filme de tarde de domingo em que há uma ela, bonitinha e querida como deve ser, face a um ele, bom rapaz e algo ingénuo como deve ser. E um deles diz ao outro, de forma muito urgente e assertiva: “Eu amo-te!”. Assim como: “caso não tenhas reparado ou estejas com dúvidas”.
A interpretação não era grande coisa e esse defeito associado ao contexto fez-me pensar, refletir e concluir: isso não é coisa que se diga, assim a avisar, como quem recorda a hora do dentista. É demasiado ridículo. Está certo que Fernando Pessoa bem dizia que as cartas de amor são ridículas e que ainda mais ridículos seriam os que nunca as escreveram. Mas isso são as cartas, em que está um papel real ou virtual pelo meio.
Olhos nos olhos é algo redundante, e eventualmente deselegante, dizê-lo. Transmite-se e sente-se de forma tão mais eficaz quanto menos forem as palavras ditas.
O resto são filmes.
A interpretação não era grande coisa e esse defeito associado ao contexto fez-me pensar, refletir e concluir: isso não é coisa que se diga, assim a avisar, como quem recorda a hora do dentista. É demasiado ridículo. Está certo que Fernando Pessoa bem dizia que as cartas de amor são ridículas e que ainda mais ridículos seriam os que nunca as escreveram. Mas isso são as cartas, em que está um papel real ou virtual pelo meio.
Olhos nos olhos é algo redundante, e eventualmente deselegante, dizê-lo. Transmite-se e sente-se de forma tão mais eficaz quanto menos forem as palavras ditas.
O resto são filmes.
Sem comentários:
Enviar um comentário