Não sei mais que dizer como introdução a mais um belíssimo texto descoberto, deste grande senhor, Jacques Brel. E penso que este Cupido e Psique, vistos no Louvre, ficam bem na ilustração do mesmo, quanto mais não seja por antítese.
Perdão por aquele olhar que abandonamos rindo
Perdão por aquele rosto que uma lágrima mudou
Perdão por estas casas onde alguém nos espera
E depois por todas estas palavras que dizemos de amor
E que utilizamos como moeda
E por todos os juramentos mortos ao nascer do dia
Perdão pelos nunca, perdão pelos sempre
Perdão de não ver mais as coisas como elas são
Perdão por ter querido esquecer os nossos vinte anos
Perdão por termos deixado esquecidas as lições
Perdão por renunciar às nossas renúncias
E depois por nos enterrarmos a meio das nossas vidas
E depois por preferir a paga de Judas
Perdão pela amizade, perdão pelos amigos
Perdão pelos lugares que nunca cantam
Perdão pelas aldeias que já esquecemos
Perdão pelas cidades onde ninguém se conhece
Perdão pelos países feitos de sargentos
Perdão por ser daqueles que não querem saber de nada
E por não ter cada dia ainda tentado
E perdão ainda e depois perdão sobretudo
De nunca saber quem nos deve perdoar.
2 comentários:
Este Sampaio anda muito estranho. Serão os ares de Constância?
Olhe que não... olhe que não...!
Não é de ontem a minha admiração e as minhas citações das palavras deste Senhor.
Os ares de Constância são excelentes :) !
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