29 agosto 2025

Ser comunista (IV)

4)   Ser do contra

Há sempre quem queira um mundo diferente daquele em que vive. É natural e até muito frequente em camadas sociais e intelectuais elevadas. Pode até ser salutar, no sentido de nos fazer questionarmo-nos.

Daí que os modelos “alternativos” ao vigente despertem tanto interesse e simpatia, muitas vezes pelo simples facto de serem diferentes e até antagónicos. Veja-se a moda do “maoismo” nos círculos universitários há umas décadas. Não era mais do que óbvio que, objetivamente, as políticas de “Grande Salto em Frente” e “Revolução cultural Chinesa” eram absurdos criminosos a merecer denuncia, repudio e condenação veementes?

Uma palavra também para a “inteligência” europeia que continuou durante muito tempo a ignorar e a relativizar goulags e repressões brutais na Europa de Leste em nome de uma solidariedade com… ou antagonismo face a ….? Racionalmente, não se explica.

Um pequeno exemplo, o intelectualmente brilhante Jean Paul Sartre e “supremo papa” do existencialismo, uma das mais importantes correntes filosóficas do século XX, visitou várias vezes a URSS nos anos 50 e 60, concluindo que “A liberdade de crítica é total na URSS”. Os críticos deportados nos Goulags devem lhe ter ficado reconhecidos, já sem referir os caídos frente à parede de execução, cuja não existência prática não parecia relevante para o existencialista teórico.

Podemos fazer uma campanha contra os malefícios do vinho, mas propondo, em alternativa, aguardente (ou vodka) ?! Enfim…

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