4) Ser do contra
Há sempre quem queira um mundo diferente daquele em que
vive. É natural e até muito frequente em camadas sociais e intelectuais
elevadas. Pode até ser salutar, no sentido de nos fazer questionarmo-nos.
Daí que os modelos “alternativos” ao vigente despertem tanto
interesse e simpatia, muitas vezes pelo simples facto de serem diferentes e até
antagónicos. Veja-se a moda do “maoismo” nos círculos universitários há umas
décadas. Não era mais do que óbvio que, objetivamente, as políticas de “Grande
Salto em Frente” e “Revolução cultural Chinesa” eram absurdos criminosos a merecer
denuncia, repudio e condenação veementes?
Uma palavra também para a “inteligência” europeia que
continuou durante muito tempo a ignorar e a relativizar goulags e repressões
brutais na Europa de Leste em nome de uma solidariedade com… ou antagonismo
face a ….? Racionalmente, não se explica.
Um pequeno exemplo, o intelectualmente brilhante Jean Paul
Sartre e “supremo papa” do existencialismo, uma das mais importantes correntes
filosóficas do século XX, visitou várias vezes a URSS nos anos 50 e 60,
concluindo que “A liberdade de crítica é total na URSS”. Os críticos deportados
nos Goulags devem lhe ter ficado reconhecidos, já sem referir os caídos frente
à parede de execução, cuja não existência prática não parecia relevante para o
existencialista teórico.
Podemos fazer uma campanha contra os malefícios do vinho,
mas propondo, em alternativa, aguardente (ou vodka) ?! Enfim…
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