20 janeiro 2025

Carlos Lopes


Não é que sejamos sistematicamente os melhores entre os melhores, como alguém gosta de andar por aí a repetir, mas Carlos Lopes foi certamente um dos melhores do mundo no seu domínio.

Aquela madrugada da maratona de Los Angeles foi um momento histórico e dos mais intensos vividos por muitos portugueses. Era a medalha de ouro, e logo numa das mais emblemáticas e prestigiosas provas olímpicas, ganha com um inequívoco domínio da corrida e uma desconcertante frescura final.

Um destes dias apanhei na televisão um programa recente em que o atleta conversava com Fátima Campos Ferreira. Para lá dos detalhes que em parte já conhecemos, como a compatibilização daquele nível de preparação com uma atividade profissional, do atropelamento na segunda circular escassas semanas antes dos jogos, etc, há uma imagem que me fica do campeão.

Carlos Lopes foi ambicioso e assumiu essa ambição. Trabalhou duro para a cumprir. Apesar de possuir certamente características genéticas que o ajudaram, reconhece que não chegou lá por acaso, nem se perdeu em choradinhos. Assume a sua ambição e autoconfiança, mas de uma forma absolutamente sã.

Sim, a ambição, e a mais elevada, não implicam forçosamente golpes baixos nem oportunismos duvidosos, arrogância ou altivez.

Um muito bom exemplo este senhor, parece-me

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