Há cerca de dois anos, o mundo ocidental alertava para a concentração de forças armadas russas junto à fronteira ucraniana. Por estes lados um exército de “idiotas úteis” desvalorizava e até ironizava, comparando até a credibilidade dessas fontes de informação sobre a Rússia com as profecias de Nossa Senhora de Fátima de há um século atrás.
Hoje vemos a barbaridade que se passa por ali e penso que só
podemos lamentar não ter de imediato e radicalmente cortado todos as compras de
combustíveis à Rússia, compras que permitiram financiar a destruição de um país
inocente e soberano. Guerra é guerra… e mais vale passar um pouco de frio nas
casas e abrandamento na indústria, do que ver os blindados e os misseis a
ameaçar.
Por estes dias, soubemos da morte do corajoso Alexei
Navalny, cujo “crime” foi questionar, denunciar e afrontar o regime de Putin.
Infelizmente é só mais um de uma longa lista de vítimas de uma organização
assassina. O regime russo atual não é comunista ortodoxo, de forma nenhuma, mas
a sua assinatura é muito semelhante à do estalinismo.
Ao mesmo tempo que a Europa se inquieta, e bem, com a subida
dos populismos e xenofobismos da extrema-direita, deveria ser também consensual
que o nosso mundo, de liberdade e de democracia, com todos os seus defeitos e
fragilidades, é felizmente incompatível com a realidade de Moscovo. O voto
contra do PC e do BE no Parlamento Europeu de uma resolução de 2019 que
equipara o nazismo ao estalinismo e respetivas justificações são eloquentes.
Saberão eles que se forem viver para esse outro mundo, além de muitas outras
coisas que lhes faltarão, correm o risco grande de acabarem como Navalny se
tiverem a coragem de pensar e de expressar o seu pensamento?
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