Se ouvirmos o nosso primeiro-ministro, por cá vamos de vento em popa, uma história de sucesso; se nos compararmos com outros países europeus que estavam atrás de nós e já não estão, talvez tenham tido mais vento, mais popa ou mais jeito para navegar.
Nas notícias de destaque, para lá das desgraças que geram
sempre grande interesse, há coisas muito relevantes, como o acompanhamento
diário do julgamento de um famoso ator, no outro lado do atlântico.
Discutiu-se o orçamento de Estado com propostas apresentadas
que parecem mais lista de Pai Natal. De vez em quando há uma barraca algures e
temos promessa que será corrigida rapidamente; antecipar é mais complicado. O
julgamento de um ex primeiro-ministro, com prática e hábitos de vida inexplicáveis
e insuportáveis, não ata nem desata, uma situação que já me provoca vergonha
alheia.
Deste corrupio de coisas fúteis, imobilidade dos assuntos
sérios e, sobretudo, passividade de apenas ver o que por aí acontece e de nós
pouco depende, fica a faltar o nosso futuro. Está bem, está bem, que bocas
cheias com desígnios estratégicos não faltam, mas se a navegação tem sido pobre
até hoje, não é metendo a cabeça na areia que melhora…
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