Dizem que pode ser arriscado comer bivalves nos meses sem
“R”. Parece que hoje com a evolução da análise e acompanhamento da toxicidade
das águas, já nos podemos deliciar com umas ameijoas à Bulhão Pato em pleno
verão sem risco.
Como novo risco temos o bacalhau à Brás, que poderá ter
salmonelas se não for bem cuidado. Julgo que os riscos de intoxicação alimentar
vão bem para lá deste, mas a novidade é ficarmos também a saber que devemos
evitar adoecer nos meses sem “R”, porque, ao contrário do das ameijoas cujo
riso está controlado, o nosso SNS descontrola-se nessa época.
Enfim, coisas da natureza e, no caso do SNS, duma natureza organizativa
deficiente. O verão é um período diferente, onde a maior parte das pessoas goza
férias, onde as organizações que necessitam de manter continuidade para isso se
preparam e onde, naturalmente, as rotinas de cada um serão diferentes.
Obviamente que se já em situação normal o SNS está deficiente, nesse período é ainda
mais complicado. Um cidadão lambda pode afirmar que é melhor não adoecer no
verão; agora que quem tem (i)responsabilidade apele à população para não ficar
doente nos meses sem “R”, é surreal. Falta aqui algo mais do que os “R”.
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