Passando ao lado da polémica dos seus apoios e desapoios,
posições tresmalhadas ou coerentes e se o franquismo o matou e depois
solenemente enterrou, ou não… e concentrando-nos no que fica de fundamental, a
obra.
Num destes dias longos de fim de semana caseiro reencontrei a "Névoa” entre os meus livros. É um daqueles em que quase com pena vemos
aproximar-se o final da obra e do prazer de uma leitura que não se quer ver
terminada.
Magistral. Muito bem escrito e sendo relativamente
curto, tem uma profundidade e abrangência enormes. Dentro da simplicidade de
muito discurso direto, são 200 páginas sem palavras complicadas. Mas que de
imagem em imagem, quase linearmente, sem saltos nem surpresas de arrebatar, nos despe e mostra a simplicidade da complexa condição humana.
Bravo, senhor Miguel.
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