Começo com uma declaração de interesse e de contextualização. Sou engenheiro eletrotécnico e trabalhei durante 14 anos numa empresa, praticamente desde o início da sua atividade, que tinha a palavra “Robótica” no nome e fazia coisas programáveis, capazes de realizar sequencias de operações complexas, autonomamente. A minha área técnica foi a da programação e os sistemas dessa empresa estão instalados e a funcionar um pouco por todo o mundo.
Passando ao concreto. Tenho pouca pachorra para ouvir especular sobre robots e o admirável mundo novo que geringonças e gingarelhos, tecno-sexies, anunciam. Se uma coisa chamada robot não precisa de ter aspeto humano (veja-se o de cozinha !?), o seu impacto mediático e sociológico aumenta exponencialmente quando ele se nos assemelha. Aquele pulso imita o meu… e se lhe puserem uma simples esfera a fazer de cabeça com dois círculos a imitar uns olhos, dá logo outro dramatismo.
Substituir o trabalho de um ser humano é pressentido como uma ameaça? Sim, mas…quantas pessoas seriam necessárias num banco para fazerem a manutenção das contas se não houvesse computadores? Está bem, mas estas máquinas não têm pulsos nem cotovelos e não mexem sequer coisa que se veja. E quantas pessoas e enxadas são substituídas por um trator com um arado? Está bem, mas ele não é antropomórfico, não emula o homem. Uma dúzia de maquinetas com 2 pernas, 2 braços e uma esfera na cabeça, a levantar e a espetar uma enxada na terra, teria muito mais impacto, mesmo sendo bastante mais caro e ineficiente do que o simples e clássico trator.
A substituição do trabalho humano por maquinas terá começado com a invenção da roda, ou perto, essa evolução dá-nos qualidade de vida de que disfrutamos e ninguém imagina banir os sistemas informáticos dos bancos para reduzir o desemprego. A evolução tecnológica, contínua, tem consequências sociais e culturais que podem ser dolorosas transitória ou estruturalmente. Não acredito, no entanto, que sejam os brinquedos que nos podem, eventualmente um dia, trazer um café ao sofá que farão a diferença. Isso dá apenas excitação e uns “papers” … sexies.
Fotos de uma espécie de robots na Tabaqueira, Sintra e Banco da China, Hong Kong realizados pela Efacec.
Passando ao concreto. Tenho pouca pachorra para ouvir especular sobre robots e o admirável mundo novo que geringonças e gingarelhos, tecno-sexies, anunciam. Se uma coisa chamada robot não precisa de ter aspeto humano (veja-se o de cozinha !?), o seu impacto mediático e sociológico aumenta exponencialmente quando ele se nos assemelha. Aquele pulso imita o meu… e se lhe puserem uma simples esfera a fazer de cabeça com dois círculos a imitar uns olhos, dá logo outro dramatismo.
Substituir o trabalho de um ser humano é pressentido como uma ameaça? Sim, mas…quantas pessoas seriam necessárias num banco para fazerem a manutenção das contas se não houvesse computadores? Está bem, mas estas máquinas não têm pulsos nem cotovelos e não mexem sequer coisa que se veja. E quantas pessoas e enxadas são substituídas por um trator com um arado? Está bem, mas ele não é antropomórfico, não emula o homem. Uma dúzia de maquinetas com 2 pernas, 2 braços e uma esfera na cabeça, a levantar e a espetar uma enxada na terra, teria muito mais impacto, mesmo sendo bastante mais caro e ineficiente do que o simples e clássico trator.
A substituição do trabalho humano por maquinas terá começado com a invenção da roda, ou perto, essa evolução dá-nos qualidade de vida de que disfrutamos e ninguém imagina banir os sistemas informáticos dos bancos para reduzir o desemprego. A evolução tecnológica, contínua, tem consequências sociais e culturais que podem ser dolorosas transitória ou estruturalmente. Não acredito, no entanto, que sejam os brinquedos que nos podem, eventualmente um dia, trazer um café ao sofá que farão a diferença. Isso dá apenas excitação e uns “papers” … sexies.
Fotos de uma espécie de robots na Tabaqueira, Sintra e Banco da China, Hong Kong realizados pela Efacec.
2 comentários:
Este é um problema velho como o mundo. Só que agora acelerou. A locomotiva acabava com a diligencia etc. etc. Efetivamente muitos empregos acabam, mas nascem outros. E são criadas novas necessidades. Quem diria há 20/30 anos que toda a gente, no mundo inteiro, andaria de smartfone na mão? É o progresso. Se as pessoas são mais felizes é caso para outra conversa.
Se as pessoas são mais felizes e se precisamos mesmo de tudo o que queremos é efetivamente outra conversa, mas se pensarmos no automóvel, ”A Indústria”, é muito difícil imaginarmos um mundo em que estes custassem 10 vezes mais do que hoje, num cenário de “não automatização”.
No meio disto tudo, os zingarelhos de 2 pernas e 2 braços que um dia nos possam trazer o café ao sofá … diria que são apenas conversa
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