Quando nos seus concertos Júlio Pereira apresenta o belíssimo tema “Museu do Fado”, costuma fazer uma introdução ressalvando a fraca ou nula herança recebida por ele desse género musical. Penso que para muitos de uma franja etária onde também me incluo, o fado começa por andar muito longe. Para mim, até nem sequer era muito credível, entre um pitoresco acanhado do “ceguinho, esgraçadinho“ e um registo marialva, bafiento e bolorento. Depois, com o tempo, lá fui entendendo haver mais qualquer coisa…
Àquele que é indiscutivelmente um dos mais brilhantes músicos deste país, o fado não atacou apenas nesse tema. O excelente “Geografias” abre com “Fado Luso” e o não menos excelente (para não variar…) “Acústico” inclui um fantástico tema chamado… “Fado”, fácil de definir: não é alegre nem triste e carrega todas as cores do mundo.
Júlio Pereira fez uma longa e rica viagem desde o histórico “Cavaquinho” de 1981 e será bastante injusto ainda associar o seu trabalho principalmente a esse longínquo sucesso, por mais impressionante que este tenha sido. As suas composições viajam originalmente pelo mundo inteiro, mas bem caraterizadas e identificadas com a cultura de onde saíram. Poucos como ele o conseguiram fazê-lo assim brilhantemente, sem simplificações grosseiras, nem sofisticações estéreis. Parece-me inevitável que nessa estrada o músico se cruzasse com o fado.
Portanto, isto do fado será parte obrigatória dessa coisa do sentir português e que, mais tarde ou mais cedo, ataca os mais insuspeitos, a ponto de até pôr o Amazonas a correr em Trás-os-Montes? Não sei, porque começo e acabo por não saber onde começa e acaba o fado. Seja o que seja, goste-se ou não, apreciemos a sua música em geral e o “Praça do Comércio” em particular, recentemente galardoado com o prémio “Pedro Osório” da Sociedade Portuguesa de Autores.
Àquele que é indiscutivelmente um dos mais brilhantes músicos deste país, o fado não atacou apenas nesse tema. O excelente “Geografias” abre com “Fado Luso” e o não menos excelente (para não variar…) “Acústico” inclui um fantástico tema chamado… “Fado”, fácil de definir: não é alegre nem triste e carrega todas as cores do mundo.
Júlio Pereira fez uma longa e rica viagem desde o histórico “Cavaquinho” de 1981 e será bastante injusto ainda associar o seu trabalho principalmente a esse longínquo sucesso, por mais impressionante que este tenha sido. As suas composições viajam originalmente pelo mundo inteiro, mas bem caraterizadas e identificadas com a cultura de onde saíram. Poucos como ele o conseguiram fazê-lo assim brilhantemente, sem simplificações grosseiras, nem sofisticações estéreis. Parece-me inevitável que nessa estrada o músico se cruzasse com o fado.
Portanto, isto do fado será parte obrigatória dessa coisa do sentir português e que, mais tarde ou mais cedo, ataca os mais insuspeitos, a ponto de até pôr o Amazonas a correr em Trás-os-Montes? Não sei, porque começo e acabo por não saber onde começa e acaba o fado. Seja o que seja, goste-se ou não, apreciemos a sua música em geral e o “Praça do Comércio” em particular, recentemente galardoado com o prémio “Pedro Osório” da Sociedade Portuguesa de Autores.
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