Quando andava com mais frequência pelas terras de Castela e Levante, ouvia nesta altura do ano ser referida com entoação muito convicta e carregada esta coisa da “ssssemana sssanta”. Na expressão junta-se um misto de sabor a pequenas férias e uma veneração e reverência por aquelas manifestações negras e roxas da “paixão”!
Não costumo ter férias nesta altura e as procissões das cruzes parecem-me mais lúgubres e sinistras do que minimamente simbólicas de outra coisa mais elevada. E, mais uma vez, é pena. É pena que num mundo em tamanha convulsão que forçosamente questiona os seus valores, e os procura, mais uma vez a Igreja católica não consiga utilizar o seu riquíssimo património humanístico. Ficamos pela rotina oca das cruzes envoltas em faixas roxas e pelas tenebrosas procissões espectaculares. Não se vê como isso combina com os ovos e os coelhos da fertilidade associados ao equinócio do Primavera, mas com um bocadinho de esforço poderiam lá chegar. É mais fácil, se bem que bastante menos eficaz, fazer um discurso a condenar o hedonismo em Luanda…
Não costumo ter férias nesta altura e as procissões das cruzes parecem-me mais lúgubres e sinistras do que minimamente simbólicas de outra coisa mais elevada. E, mais uma vez, é pena. É pena que num mundo em tamanha convulsão que forçosamente questiona os seus valores, e os procura, mais uma vez a Igreja católica não consiga utilizar o seu riquíssimo património humanístico. Ficamos pela rotina oca das cruzes envoltas em faixas roxas e pelas tenebrosas procissões espectaculares. Não se vê como isso combina com os ovos e os coelhos da fertilidade associados ao equinócio do Primavera, mas com um bocadinho de esforço poderiam lá chegar. É mais fácil, se bem que bastante menos eficaz, fazer um discurso a condenar o hedonismo em Luanda…
Sem comentários:
Enviar um comentário