7) Para finalizar
Divórcios entre princípios apresentados e práticas
desenvolvidas não são uma raridade na cena política. No caso dos comunistas é
um pouco diferente, na medida em que eles defendem princípios falidos e ao
mesmo tempo apoiam degenerações da aplicação dos mesmos, numa espécie de círculo
quadrado.
Ser-se hoje comunista é um exercício mais de “ser contra” o
mundo ocidental liberal e democrático do que “ser a favor” de uma teoria e
práticas coerentes.
Frequentemente o inimigo dos inimigos é declarado amigo ou
aliado. Vemos isso no apoio e simpatia de certa esquerda para regimes brutais,
em várias latitudes, irmanados de um objetivo comum, o de destruir o regime
liberal ocidental.
Um grande problema pode chegar, no entanto, no dia seguinte
e um bom exemplo é o do Irão. A esquerda aliou-se aos islamistas para destituir
o Xá, pró-ocidental, tiveram sucesso, mas, uma vez os islamistas no poder, a
vida não foi fácil nem longa para os comunistas. Poderia ser uma boa lição para
algumas sintonias que vemos atualmente entre chamados progressistas e notórios
obscurantistas.
Não tenho simpatia por xenofobismos, racismos ou
autoritarismos arrogantes, mas acho curioso que aqueles movimentos que já
provaram e assumiram práticas antidemocráticas se queiram erguer em baluartes
na defesa da democracia contra os perigos da extrema-direita. Não, não é por aí
que fico tranquilo.
O que é exatamente ser comunista, hoje? Não sei!
Começou aqui
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