16 maio 2025

Refletindo


Enquanto se pode…

 

Este texto corre o risco de ser um dos mais efémeros do blogue, uma vez que pelas 20h e picos do próximo domingo, a realidade real então conhecida poderá destruir todas as bases sobre as quais estas reflexões se desenvolveram.

Pelo que parece, o próximo Parlamento não deverá será muito diferente do que está de saída e isso não deixa de ser surpreendente…

Para começar, o mistério da manutenção da dimensão do Chega. Por muito que o discurso de André Ventura possa cativar descontentes, desta sessão legislativa que termina fica a irrelevância dos outros 49 outros deputados, a heterogeneidade, falta de qualidade e até de honestidade de alguns e de construtivo pouco ou nada. O Chega está a atingir uma fase em que ou consolida ou esvazia. Se se conseguir consolidar apesar de todos estes vazios, é preocupante.

Por outro lado, o PS de Pedro Nuno Santos não descola, pelo contrário, e enquanto tiver este líder deve ficar reduzido ao eleitorado enquistado. Quando o ouvimos falar, por muito que tente disfarçar, está lá o menino do Porsche e do papá rico, o “enfant terrible” que resolve o problema da divida pondo as pernas dos banqueiros alemães em tremeliques, o dos 3,2 mil milhões da TAP e do despedimento por whatsapp e aquele que decide mandar fazer aeroportos como quem manda vir uma sobremesa... Tudo isto não se lhe descola e até faz esquecer a polémica herança socrática-costista do partido. Protesta e avisa para os perigos dos outros, mas de um candidato a líder exige-se mais. 

Luís Montenegro deveria estar a pagar as trapalhadas com a sua empresa, especialmente a forma como (não) comunicou o que devia e como devia. Não é isto que acontece, talvez na perspectiva do mal menor, mas não é certamente o contexto ideal para liderar efetivamente o país.

Por último, os comunistas, tanto os ortodoxos como os burgueses, continuarão a cair, o que faz sentido. Por muitas bondosas e humanas que sejam as suas intenções teóricas, “toda a gente” sabe ou pode saber que as práticas propostas não funcionaram e nunca funcionarão.

A IL corresponde a uma proposta efetivamente diferente das correntes habituais, mas num país de funcionários e pensionistas, dificilmente subirá muito alto.

A ver o que o domingo nos conta… mas dava jeito que mudasse alguma coisa

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