Lembram-se dos tempos em que os grandes líderes mundiais viajavam em jatos privados para se reunirem e discutirem as ações a tomar para salvar o planeta? Ou quando ambientalistas iam de Lisboa a Madrid para manifestarem pela sua causa? Lembram-se do tempo em que era consensual a necessidade de travar a utilização dos recursos do planeta, mas poucos efetivamente alteravam os seus hábitos e confortos?
A guerra na Ucrânia e o que por aí se adivinha como
consequências, talvez venha a ter mais impacto real do que todas as cimeiras e
manifestações organizadas até hoje. É que quando não há, não há mesmo. E se aplicássemos
os mesmos princípios sancionatórios à Arábia Saudita pelo que têm feito no
Iémen e não só…
Somando-se a esta crise energética a seca e a escassez de
água, frugalidade deveria ser a palavra-chave e a ter em conta ao antes de acionar
um interruptor, abrir uma torneira, avaliar um saldo ou promoção, carregar no
acelerador ou planear as próximas férias. Em França. E. Macron, dramatizou
anunciando o “fim da abundância”. Na teoria já sabíamos que vivamos de forma
insustentável, mas as renúncias voluntarias são limitadas.
A ser concretizada esta travagem, para lá dos efeitos nas
comodidades de cada um, haverá repercussões sérias em muitas fileiras de atividade.
Se se deixar de gastar, vai sobrar capacidade produtiva, da qual muita gente
depende. Esse será um grande problema a gerir, muito maior do que a perda dos
confortos consumistas.
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