A primeira vez foi em 2002 quando JM Le Pen chocou o mundo político francês ao passar à segunda volta das eleições presidenciais, contra J. Chirac. A proeza foi repetida pela filha Le Pen contra E. Macron em 2017 e agora de novo em 2022.
Num discurso amaciado face ao passado, ela diz não pretender
propor a saída do país da UE, mas promete implementar uma preferência aos
nacionais franceses e fazer a legislação francesa prevalecer sobre a europeia. É
um pouco como o habilidoso que não quer divorciar-se, aprecia manter o conforto
familiar às 2ª, 4ª e 6ªs e estar livre às 3ª, 5ª e sábados.
Qual a razão para tanto sucesso deste discurso nacionalista?
Penso que, entre outras coisas, incluindo uma alteração substancial da paisagem
social de muitas cidades e subúrbios, há talvez demasiada “discriminação
positiva” de algumas minorias, pelo menos em perceção. Real ou apenas sugerida,
de dimensão corretamente avaliada ou pelo discurso populista amplificada, acaba
num convite à discriminação positiva da maioria. Discriminações mesmo positivas
podem ser remédio perigoso. Igualdade de oportunidades e recompensa objetiva e
justa pelo mérito serão caminho mais são.
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