Por um destes dias de novembro celebrou-se mais um aniversário do armistício da Grande Guerra de 1914-18. Para muitos tem como particularidade ter sido uma enorme barbaridade começada por um simples episódio nos Balcãs, em Sarajevo, o assassinato do arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do Império Austro-Húngaro, e a guerra das trincheiras, da lama e dos gases.
Não tem/teve a projeção hollywoodesca da seguinte, com a
barbárie do monstro nazi, do holocausto, nem dos bombardeamentos massivos de
alvos civis, mas a I Guerra Mundial tem algo que arrepia.
O assassinato de Francisco Fernando acendeu o rastilho do
barril de pólvora e que, se não fosse por aí, certamente por outro lado teria sido
ateado, mas é arrepiante a desumanização do ser humano, a banalidade das baixas,
que os seus incompetentes condutores demonstraram. Verdun, Somme, Ypres e
outros são apenas nomes de locais em que uma tentativa de avançar algumas
centenas de metros, significava milhares de mortos, por vezes num único dia e
tantas vezes para nada.
Certo que a seguinte também teve movimentos desesperados
muito pesados, com muitas baixas, mas penso que com bastante menos barbaridade
em causa própria. A facilidade com que os estrategas da Grande Guerra repetiam
sempre as mesmas manobras infrutíferas de tentar furar a linha da frente,
tantas vezes com milhares de baixas diárias do próprio lado é arrepiante. Aliás
o próprio conceito de “baixa” tem algo de curioso. É um número que deixou de
estar disponível. Se morto, ferido por uns tempos ou estropiado para sempre, é irrelevante
e equivalente, do ponto de vista da “estratégia”.
Os tanques e os aviões mudaram muito e mais do que isso
mudou o mundo. Acho que hoje, pelo menos na Europa, não se aceitariam 4 anos
deste tipo de ofensivas e chacinas. Evoluímos… ainda bem!
Sem comentários:
Enviar um comentário