A resolução do BES em 2014 foi uma decisão brutal, sem
precedentes. Para quem estava minimamente atento, parecia claro existirem por
lá buracos e crateras que nunca seriam tapados no âmbito de uma atividade
normal, ou seja, um calote era inevitável e alguém ficaria a arder, ou
“investidores” e outros credores, ou o contribuinte. Algo inédito, também, foi a
decisão de que para aquele peditório a CGD não dava e o banco acabar por cair.
O Novobanco foi criado, como o banco bom, ou seja, apenas
com ativos saudáveis, supostamente tendo as crateras ficado todas no BES
original. No entanto, quando vemos os milhares de milhões que para lá são
chamados, parece claro que ele não era estaria assim tão bom à nascença, ou foi
depois estragado. Quando ouvimos o desplante de alguns dos seus credores/caloteiros
e o perfume de ligeireza, bastante malcheiroso, em torno destes milhões
tresmalhados, ficamos na dúvida se a triagem entre o bom e o mau foi mesma
objetiva e independente da casta dos afetados.
O banco mau nasceu mesmo igual para todos, ou a nega dada
quanto à entrada do contribuinte no peditório de Ricardo Salgado e companhia,
foi contornada e resolvida de outra forma, apenas para alguns? Não sei, mas
parece.
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