Leio atónito que alterações legislativas permitirão criar cerca de 600 novas freguesias, um aumento de cerca de 20% face ao número atual. Vejo anunciado que, em termos de população, será necessário um mínimo de 900 habitantes, 300 no interior, quando a média global do país está acima de 3000. Realmente, depois da racionalização dos tempos da troika, parece confirmar-se que, por cá, reformas a sério apenas sob severa tutela e que à primeira oportunidade os velhos reflexos regressam, mais teimosos do que um boneco “sempre-em-pé”, que, não importa o que lhe façam, retoma sempre à posição inicial. Eventualmente, será mais apropriado falar de “sempre-em-crise”.
Com uma população que não aumenta, com o desaparecimento da
necessidade da presença física nas instituições públicas para cada vez mais
interações, parece-me até que se deveria pensar e avançar ao nível dos
concelhos e não recuar nas freguesias.
Quem pede uma freguesia? Queixas de foro afetivo pelo desaparecimento da individualidade da “sua” freguesia histórica e… “Prasidentes desempragados” de uma Santo António de Matraquilhos ou Santa Maria dos Escofados, que perderam o seu pequenino poder. Nenhuma destas motivações deveria ser racionalmente atendida. Nunca cresceremos assim, brincando aos pequeninos.
E em versão reduzida no Público de hoje.
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