O triste relato e retrato dos acontecimentos em Reguengos de Monsaraz tem um significado que ultrapassa o lar de idosos da cidade alentejana e o contexto da atual pandemia. Tanta falha, desleixo, irresponsabilidade e inação são um sinal de um sistema disfuncional. E este problema não é certamente exclusivo de Reguengos.
Em quantas direções, administrações, regionais ou municipais e outras que tais estão nomeados/colocados dirigentes/responsáveis desprovidos de cartão partidário, simplesmente pela sua competência? Em quantas cidades e vilas o poder autárquico e autocrático sustenta e controla uma fatia excessiva da sociedade/economia local, asfixiando e condenando toda iniciativa ou critica que o possa questionar e fazer “avançar a terra”?
Qual é o contrapeso que trava estes pesos pesados? As eleições e a alternância democrática? Teoricamente sim, mas a prática prova que estes sistemas acabam por se enraizar de tal forma que sobrevivem com facilidade a esse escrutínio, amplificando até a cada mandato a sua pegada sufocadora.
Falta contrapeso e esse escrutínio e freio são fundamentais ao saudável desenvolvimento do país, especialmente do interior. Depois, não vale a pena chorar…
Infelizmente este flagelo acaba por ser vertical, atingindo vários níveis do poder, embora em níveis mais elevados a visibilidade seja maior e a vigilância potencial mais elevada. Ou, nem por isso… a nomeação de Vitor Escária como chefe de gabinete do nosso primeiro ministro (que tão bem se portou neste processo) poderia ter sido mais escrutinada.
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