Não é por Mário Soares ter falecido que muda a minha opinião sobre ele. Se posso marcar uma mudança, essa terá ocorrido após a leitura dos “Contos Proibidos” de Rui Mateus, um livro muito incómodo para o PS. Certamente que da sua intervenção na vida política nacional ficará como mais marcante a sua intervenção no verão de 1975 e o travar da “ditadura do proletariado”. Soares teve o sentido de oportunidade para ocupar e liderar o espaço existente por todos os aspirantes a uma democracia em liberdade, identificados com a esquerda, mas frontalmente opostos e desconfiados dos que comiam criancinhas ao pequeno-almoço. Entendo que ele teve a capacidade de identificar esse movimento e de o liderar, mas a vontade de viver em liberdade estava no povo, não foi ele quem a criou. A isso juntou-se um enorme e brutal carisma e capacidade de criar empatia com o povo.
Tecnicamente, Mário Soares foi um mau primeiro-ministro; muitas vezes arrogante mais do que bastaria e, principalmente, rodeado de amigos com negócios muito suspeitos. Donde que, vejo Mário Soares como um homem de poder e não de princípios. Mas, enfim, o povo precisa de reisinhos e a comunicação social aproveita e vende.
Tecnicamente, Mário Soares foi um mau primeiro-ministro; muitas vezes arrogante mais do que bastaria e, principalmente, rodeado de amigos com negócios muito suspeitos. Donde que, vejo Mário Soares como um homem de poder e não de princípios. Mas, enfim, o povo precisa de reisinhos e a comunicação social aproveita e vende.
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