12 janeiro 2017

É este o futuro?

Quem já assistiu a apresentações sobre o admirável mundo novo que está aí a chegar, do qual alguns totós ainda não tomaram consciência e devidas ações, que, por isso, necessitam de ir a correr contratar uns consultores para a digitalização do seu negócio e etc e etc, certamente já ouviu falar em unicórnios. Empresas inovadoras, que valem uma pipa de massa e muitas delas por supostamente terem criado um novo modelo de negócio, disruptivo.


Uma delas, bastante sexy, que o pessoal gosta muito de apontar como exemplo é a Uber. Efetivamente, a Uber tornou-se num nome omnipresente e sinónimo de uma mudança radical na mobilidade urbana.

Ora bem, vamos a factos. A Uber está valorizada em muitos milhões, conseguiu convencer muitos investidores a colocar lá fundos, mas (ainda?) perde dinheiro. Eu fico a pensar como uma empresa cujo principal ativo é uma aplicação de telemóvel, por muito sofisticada que seja, que não parece ter quadros, nem ativos de nenhuma forma proporcionais ao seu volume de negócio; uma empresa onde os clientes pagam a pronto, sem calotes, que praticamente nem precisa de investir em promoção da imagem… como é que uma empresa assim precisa de tanto dinheiro e como tem tantos e contínuos prejuízos…

Depois, aqueles que trabalham mesmo, os condutores, também não ficam ricos, muito pelo contrário. Praticam horários alargados, desregulamentados para ganharem o que calha e parece ser uma vida bem dura. Portanto, é este o admirável mundo novo: de um lado uma capitalização de milhões a perder dinheiro e do outro lado uns biscateiros esforçados que se chama pelo telemóvel…? Não faltará nada aqui?

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