É nesta mesma lareira, e aquecido ao mesmo lume, que confesso a minha inveja de mortal sem remissão por esse dom natural, ou divina condição, de renascer cada ano, nu, inocente e humano como a fé te imaginou, Menino Jesus igual ao do Natal que passou.
(Miguel Torga).
Entremos, apressados, friorentos, numa gruta, no bojo de um navio, num presépio, num prédio, num presídio, no prédio que amanhã for demolido... Entremos, inseguros, mas entremos. Entremos, e depressa, em qualquer sítio, porque esta noite chama-se Dezembro, porque sofremos, porque temos frio. Entremos, dois a dois: somos duzentos, duzentos mil, doze milhões de nada. Procuremos o rastro de uma casa, a cave, a gruta, o sulco de uma nave... Entremos, despojados, mas entremos. Das mãos dadas talvez o fogo nasça, talvez seja Natal e não Dezembro, talvez universal a consoada.
(David Mourão Ferreira).
Natal... Na província neva. Nos lares aconchegados, um sentimento conserva os sentimentos passados. Coração oposto ao mundo, como a família é verdade! Meu pensamento é profundo, estou só e sonho saudade. E como é branca de graça a paisagem que não sei, vista de trás da vidraça do lar que nunca terei!
(Fernando Pessoa).
Natal é sempre o fruto que há no ventre da mulher
(Ary dos Santos)
(Miguel Torga).
Entremos, apressados, friorentos, numa gruta, no bojo de um navio, num presépio, num prédio, num presídio, no prédio que amanhã for demolido... Entremos, inseguros, mas entremos. Entremos, e depressa, em qualquer sítio, porque esta noite chama-se Dezembro, porque sofremos, porque temos frio. Entremos, dois a dois: somos duzentos, duzentos mil, doze milhões de nada. Procuremos o rastro de uma casa, a cave, a gruta, o sulco de uma nave... Entremos, despojados, mas entremos. Das mãos dadas talvez o fogo nasça, talvez seja Natal e não Dezembro, talvez universal a consoada.
(David Mourão Ferreira).
Natal... Na província neva. Nos lares aconchegados, um sentimento conserva os sentimentos passados. Coração oposto ao mundo, como a família é verdade! Meu pensamento é profundo, estou só e sonho saudade. E como é branca de graça a paisagem que não sei, vista de trás da vidraça do lar que nunca terei!
(Fernando Pessoa).
Natal é sempre o fruto que há no ventre da mulher
(Ary dos Santos)
2 comentários:
Aproveito este post e o seu belo conteúdo para desejar ao Senhor Carlos Sampaio um BOM NATAL e um FELIZ ANO NOVO.
Que o "Glosa Crua" continue a presentear-nos em 2017 com excelentes opiniões. Longe do "politicamente correto" - como o seu autor nos habituou!
Muita saúde e mais uma vez FELIZ NATAL!
Amaro Rocha
Caro Amaro Rocha
Agradeço-lhe as suas palavras e retribuo os votos de Boas Festas e um excelente ano.
Um abraço
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