27 março 2012

EDP - mais milhão, menos poste


No poste de iluminação pública em frente à minha casa está colado um cartaz com um fundo bem preto da EDP Distribuição dizendo: “Foco desligado ao abrigo do programa de poupança energética promovido pela câmara municipal “, que é como quem diz: “Não nos chateiem a comunicar uma avaria, é a vossa câmara que não quer pagar o consumo”. Gostaria de o ver ligado, iluminando a rua em frente à minha casa, mas entendo que ajustar o que se gasta ao que se pode pagar é uma política sã e, obviamente, alguém ficará de alguma forma prejudicado. Para lá das políticas e das polémicas com as rendas energéticas e da “obrigação” de alguns consumidores passarem para o regime “livre”, coisas que eu precisaria de bastante tempo para entender, lembrei-me de uma notícia recente sobre a excelência arquitectónica que a EDP decidiu aplicar aos seus novos empreendimentos. Pelos vistos as casas das máquinas das novas centrais serão desenhadas por arquitectos premiados com o famoso “Pritzker”, uma inovação a nível mundial. Segundo li, e concretamente para o primeiro caso, do Foz Tua, isso traz um acréscimo de custo, à partida, que na opinião do presidente da eléctrica é ligeiro e de apenas mais 2 milhões de euros.

O cartaz preto no meu posto de iluminação é também uma inovação, não sei se a nível mundial, mas não é nenhuma excelência de design, nem precisaria de o ser. Eu sei que isto aconteceu como resposta directa ao aumento do IVA, mas a base também conta e o impacto do custo da energia nos cidadãos e em toda a actividade empresarial e respectiva competitividade é tamanho que não deveria haver espaço para andarmos a brincar ao bonito com uns milhões supostamente insignificantes.

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