D. Policarpo tem obviamente razão. Casar com um muçulmano pode ser um monte de sarilhos. E, obviamente, há um monte de “inteligência” que vem à praça num “Ai Jesus!!!”, dizer que isso é uma barbaridade retrógrada.
Penso que D. Policarpo não o teria dito como pastor preocupado com a deserção das suas ovelhas (o casamento obriga à conversão, saberá isso a “inteligência”?), mas mais como pastor “pai de família”, preocupado com o bem-estar dos seus.
Um dos problemas destas análises e comentários de comentários é que o exercício de imaginar calçar os sapatos do outro falha. Pensamos que os muçulmanos nos vêm como nós os vemos a eles, o que é falso. Para eles Maomé é o último profeta, com uma mensagem que integra todos os anteriores, incluindo Jesus Cristo; é a religião mais completa e num plano de superioridade relativamente a tudo o resto. É uma visão muito assimétrica e sem preocupações de reciprocidade.
Por outro lado, o Corão é muito um manual de instruções de comportamento, muito detalhadas, e que resiste mal aos 14 séculos que tem em cima. “A mulher não pode viajar sozinha”. E porquê? Por menoridade de direitos ou por necessidade protecção? No ano 600 a segunda hipótese seria razoável, mas, não estando clarificado, a interpretação linear resulta em limitações enormes e pouco compatíveis com os nossos padrões sociais actuais.
D. Policarpo tem razão e, no mínimo, o assunto tem uma actualidade tremenda e merece uma análise objectiva e informada. A “inteligência”, antes de disparar o politicamente correcto, abafando e colocando uma nuvem de fumo sobre essa discussão, poderia começar por ler o Corão e procurar um contacto real com o outro lado para saber como é em vez de imaginar como deve ser.
Penso que D. Policarpo não o teria dito como pastor preocupado com a deserção das suas ovelhas (o casamento obriga à conversão, saberá isso a “inteligência”?), mas mais como pastor “pai de família”, preocupado com o bem-estar dos seus.
Um dos problemas destas análises e comentários de comentários é que o exercício de imaginar calçar os sapatos do outro falha. Pensamos que os muçulmanos nos vêm como nós os vemos a eles, o que é falso. Para eles Maomé é o último profeta, com uma mensagem que integra todos os anteriores, incluindo Jesus Cristo; é a religião mais completa e num plano de superioridade relativamente a tudo o resto. É uma visão muito assimétrica e sem preocupações de reciprocidade.
Por outro lado, o Corão é muito um manual de instruções de comportamento, muito detalhadas, e que resiste mal aos 14 séculos que tem em cima. “A mulher não pode viajar sozinha”. E porquê? Por menoridade de direitos ou por necessidade protecção? No ano 600 a segunda hipótese seria razoável, mas, não estando clarificado, a interpretação linear resulta em limitações enormes e pouco compatíveis com os nossos padrões sociais actuais.
D. Policarpo tem razão e, no mínimo, o assunto tem uma actualidade tremenda e merece uma análise objectiva e informada. A “inteligência”, antes de disparar o politicamente correcto, abafando e colocando uma nuvem de fumo sobre essa discussão, poderia começar por ler o Corão e procurar um contacto real com o outro lado para saber como é em vez de imaginar como deve ser.
3 comentários:
Estou totalmente de acordo consigo.
Um abraço.
Ricardo Magalhães
O mesmo conselho se deveria dar quanto à leitura da Bíblia. Está igualmente recheada de regras e lições de comportamento, como “Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor; Porque o marido é a cabeça da mulher (...)”.
Casar com um católico pode igualmente ser um monte de sarilhos, não deveria D. Policarpo adverter-nos disso?
Caro anónimo
Casar pode ser um monte de sarilhos seja com muçulmano, cristão, hindu, budista, ateu, seguidore de Yemenjá e por aí fora.
E, como em tudo, há a média e a excepção.
Agora, a média do contexto muçulmano, sobretudo nos seus países de origem, está a séculos da média cristã/ocidental.
E, como dizia um antigo primeiro ministro "é só fazer as contas", eu digo "é só procurar informar-se"
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