13 julho 2015

Para variar, a Letónia


Ainda, por um momento, esqueçamos os malvados alemães e os assustados governos de direita do sul da Europa e pensemos nos países bálticos. Pode ser a Letónia, onde me desloquei algumas vezes em 2011. Tinha entrado em 2009 num programa de assistência e pagava a receita da chamada austeridade, com muito esforço e determinação. Dizem os meus interlocutores que não estava no espírito deles andarem a protestar pelas ruas, daí serem pouco noticiados.

Saídos da esfera soviética e deslumbrados pelas facilidades de um mundo novo, “cresceram” de forma não sustentada até o “estouro” de 2008. Nas viagens de comboio para Daugavpils, a segunda cidade do país, já quase na Bielorrússia, o abandono e as ruínas no interior eram um enorme contraste com os magníficos edifícios de vidro de Riga, construídos nos tempos supostamente áureos.

Ao contrário da previsão do nobel P. Krugmann, a Letónia não foi uma nova Argentina. Fechou o seu programa antecipadamente e voltou a crescer. O nível de desemprego ainda é relativamente elevado e as dificuldades são muitas. Segundo o Eurostat a pensão média na Letónia é de 293 Euros, na Grécia 833. Também não creio que na Letónia existissem 580 categorias profissionais com reformas antecipadas, 55 anos para homens e 50 para mulheres, incluindo cabeleireiros, pelo risco dos produtos químicos manipulados, e apresentadores de televisão, pelo risco dos germes nos microfones.

Qual será a opinião dos Letões sobre o fato de a Grécia a cada 3 anos pedir um novo programa e exigir um perdão da dívida, invocando a solidariedade europeia…?

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