26 julho 2008

Now!!!!!


A Vodafone acertou em cheio na mensagem a passar para a geração alvo! É a geração do “now”. Agora eu quero, agora eu faço e é tudo no “já”. Uma geração que não olha para o futuro com muita preocupação ou consideração. A minha curiosidade agora (now?) é ver como chegarão e se portarão estes “nows” no mercado do trabalho. Uma coisa é certa: de uma forma geral, para eles, quanto mais tarde (menos “now”?) vier esse momento, melhor.

A meia geração posterior à minha tinha uma grande diferença na postura profissional, traduzida numa exigência de retorno a curto prazo e menos de “investimento para mais tarde”, no entanto, essa exigência era pilotada pela ambição. Uma outra meia geração à frente, esta do “now”, duas coisas parecem prefigurar-se: uma falta de ambição que assusta e … quero tudo agora e eu quero, eu quero.

19 julho 2008

A Guerra a ser perdida


Algumas notícias :

1. “China ameaça liderança de Portugal em Angola”
“Primeiro-ministro desloca-se propositadamente a Angola para participar no dia de Portugal na FILDA (Feira Internacional de Luanda) [… ] Esta viagem acontece também numa altura em que a China ameaça o primeiro lugar de Portugal enquanto exportador para Angola”. (citando na íntegra o Jornal de Negócios de 16.7.08)

2. “China e Rússia vetaram sanções do Conselho de Segurança da ONU contra o Zimbabwe”. No dia 11/7, depois da fantochada eleitoral, o CS queria impor limitações de deslocação a Mugabe, congelar activos do regime e impor um embargo de armas. Aqueles dois países acharam que não valia a pena…

3. “Presidente do Sudão acusado pelo tribunal internacional de Haia de genocídio”. Parece não haver dúvidas objectivas sobre a “justeza” do processo, mas, por outro lado, há muitas inquietações pragmáticas sobre o resultado da aplicação da justiça. Pode simplesmente implicar que o “Ocidente” passe a ser encarado como um “inimigo não isento”, a ONU deixe de poder actuar, a situação humanitária no Darfur se agrave e… fique lá isolado como parceiro internacional aquele que “tem os olhos em bico”, dando um apoio forte ao regime, com poucas preocupações de moralidade e justiça.

Depois de uma Guerra Fria que em África declinou em guerrilhas, golpes de estado e movimentos de “libertação”, hoje anuncia-se uma “guerra económica” entre o Ocidente e a China e, pelo andar das coisas, acho que a China a vai ganhar. É que cada vez que o Ocidente tenta limpar o registo dos Mobotu's e forçar uma moralização no continente, está a dar um passo atrás e a perder pontos nesse conflito.

E não pensemos que se trata apenas de economia de empresas. Os batéis improvisados que demandam as Canárias, a Andaluzia e a Sicíla são uma consequência muito directa dessa África governada por Mugabe's e Bashir’s.

14 julho 2008

Escravo !


Se o futebol espectáculo já me merecia pouca consideração, as bizarras declarações do Sr. Blatter fazem-me passar à repulsa, tamanha é a ausência de princípios.

Se eu bem entendo, o Sr. (menino?) Cristiano Ronaldo assinou um contrato com o Manchester. Um contrato é algo em que ambas as partes se comprometem numa série de coisas: a fazer, a receber, durante um tempo, num lugar, enfim, não faltam cláusulas. Um contrato é algo que não se assina como um postal de boas festas. Por vezes há contratos abusivos em que se tira partido de algum tipo de fraqueza como falta de preparação/informação da outra parte. Nesses casos até pode ser anulado. Não me parece que tenha sido o caso de CR quando assinou este contrato. Tinha obrigação e meios para estar bem informado e plenamente consciente das implicações de colocar a sua assinatura naquele papel.

Agora, parece que CR quer sair do Manchester e para isso é necessário quebrar o contrato. Como é natural, alterar um contrato válido só é possível com o acordo das duas partes. Se uma delas não estiver de acordo obviamente que nada feito. Desastroso seria um mundo em que os compromissos fossem respeitados ou não, conforme “desse ou não desse jeito”. E, de uma forma ou de outra, somos sempre “escravos” dos nossos compromissos.

Quando o Sr Blatter, uma autoridade máxima no meio, vem publicamente dizer que os jogadores deveriam ser livres de sair quando entendessem demonstra duas coisas: ou é um imbecil que não sabe o que é um contrato ou é um desonesto interessado que tem alguma vantagem no assunto, não recusando para isso a cair no ridículo. Quando compara a situação com a escravatura acrescenta-lhe ignorância, arrogância e sei lá que mais…

Enfim, nada de muito novo no meio. Não era o Sr. "Valetudo" que dizia que os contratos podiam ser rasgados? Pelos vistos, é tudo da mesma escola!

11 julho 2008

Sabe quem eu sou ?


A notícia já tem mais de uma semana mas continua a merecer referência. Barak Obama queria entrar num ginásio e, não tendo sido reconhecido pela empregada de serviço, foi obrigado a fazer prova da sua identidade, conforme mandava o regulamento do local.

Por um lado, é estranho ele não ter sido reconhecido, após tantos milhões de dólares gastos com a promoção da sua imagem. Por outro lado é muito significativo que alguém como ele ao ser instado a fazer prova da sua identidade, como bom cidadão, o faça prontamente.

Fez-me lembrar um outro personagem cá destas bandas que, quando interpelado pela polícia por estar em transgressão, se acha no direito de retorquir: E você não sabe quem eu sou!!!?

Enfim, o conceito de cidadania não é mesmo em todo o lado, mas estou confiante de que haveremos de lá chegar.

07 julho 2008

Foi bonito


Não, não é que o mundo tenha mudado de um dia para outro. E a felicidade de uma ou de quinze pessoas são pouco face a tudo o que há de miserável neste planeta.

Mas há coisas que são símbolos e que tanto o serão para o negativo, quanto para o positivo. E Ingrid Bettencourt é um. Foi bonito (aliás, é bonita!)

PS: E se dúvidas houvesse sobre a grandeza humana, discernimento histórico e honestidade intelectual do "nosso PCP”, ficamos esclarecidos! Irra, que aquele pessoal não muda nada! A famosa “coerência” ou, mais propriamente, “teimosia”, tão característica daquele simpático "quatro patas" de orelhas compridas!

05 julho 2008

Viver no porta-aviões

Quando da ponte de uma traineira o patrão anuncia “ondulação a bombordo” e o marinheiro que está lá à frente na proa se apercebe que, na realidade, as ondas vêm de estibordo, é obrigado a contradizê-lo e o patrão é forçado a ouvi-lo. Porque, se realmente orientaram mal o barco, há o risco de irem todos ao fundo. Por isso, o patrão tenta informar-se bem e necessita ter confiança absoluta no que a equipa lhe transmite. Há também a alternativa do patrão ir à proa ver ele mesmo tudo pessoalmente, mas esse é ainda outro enquadramento.

Num porta-aviões quando o comandante anuncia “ondulação a bombordo” e o marinheiro na proa vê as ondas chegarem do outro lado, prudentemente encolhe os ombros e faz de conta que confirma. Quando mais tarde se verificar o erro, pode sempre dizer “Parecia mesmo, mesmo, que vinham de bombordo, comandante!”. A navegação nessas condições pode não produzir os resultados ideais, mas a integridade do navio não está ameaçada, pelo menos a curto prazo.