22 fevereiro 2019

A ADSE é politicamente correta ?


Passando ao lado da atual crise com a denúncia dos acordos por partes de vários operadores privados, sendo que pelo menos o ajuste retroativo de preços me parece algo sem muito sentido numa relação económica sã. Dizem os bons princípios que as discussões deverão ser feitas antes e não depois.

Numa perspetiva liberal, faz todo o sentido existir uma ADSE. Um grupo de cidadãos, neste caso funcionários públicos, cotiza-se para ter acesso a cuidados de saúde, onde bem lhe apetecer. Numa perspetiva estatizante, será um pecado. Está-se a permitir um negócio com a saúde a privados, evitando o SNS, supostamente abrangente e único.

Ambas as perspetivas podem ser discutidas, argumentos avançados e, principalmente, contas feitas, económicas e não só. O que não faz sentido é a falta de coerência de quando se trata, por exemplo, de na educação se proclamar a bondade exclusiva da escola pública e, para a saúde, já parece muito conveniente haver um mecanismo que permita escolher entre a oferta de gestão pública e a privada.

Não faz sentido um funcionário público de manhã ser contra a prestação de serviços geridos por privados num sector e à tarde ir a uma consulta numa clinica privada, onde, por acaso, até será melhor atendido do que no centro de saúde da zona.

Como não estou a ver os funcionários públicos a prescindirem da ADSE como princípio, mais décima menos décima, como quem paga e utiliza está satisfeito, dificilmente uma doutrina poderá afirmar estar errado. Certo?


PS: Prometo que a próxima publicação mudará de tom

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