"Cada geração, sem dúvida, acredita estar destinada a mudar o mundo. A minha, no entanto, sabe que não o fará. Mas a sua tarefa é talvez ainda maior. Consiste em impedir que o mundo se desfaça.”
Esta afirmação, podendo parecer muito premente e atual, quando tantas ameaças, de várias origens e naturezas, pairam sobre o nosso mundo, tem 60 anos. Foi proferida por Albert Camus em 1957, no discurso de aceitação do Prémio Nobel da Literatura.
Os problemas passados parecem-nos frequentemente menores do que os contemporâneos, mas é de recordar que naquela data ainda pairava no ar o cheiro das cinzas da II Guerra Mundial e estávamos em plena Guerra Fria, que, a aquecer, poderia provocar estragos irreparáveis.
O mundo não se desfez e se, até hoje, a Europa não voltou a cair na barbárie, isso foi em muito devido à construção das Instituições Europeias, assim como, com todas as suas deficiências, a ONU contribuiu para o mundo ficar um bocadinho melhor.
Aqueles que hoje menosprezam a “Europa Construída” e pedem excitados a sua desconstrução, não viveram uma guerra. Também não deveria ser necessário tê-la vivido para sentir a necessidade permanente desta prioridade evocada por Camus.
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