Em primeiro lugar convém realçar que se o FMI anda em Portugal, não é por vontade e imposição dele, é pelo desgoverno e irresponsabilidade que existiu em Portugal durante largos anos. Agora, quando se fala na ajuda dos técnicos deles, fico preocupado. Passei com alguma frequência pela Argentina, no final da década de 90, quando esta era um bom aluno dos técnicos do FMI. Com o peso indexado ao dólar, tinha uma baixa taxa de inflação, considerado fundamental pelo FMI e prova provada do sucesso da sua acção. O problema é que os juros da dívida pública eram largamente superiores a essa inflação e não é necessário ser nenhum génio em economia para adivinhar que um Estado largamente endividado a pagar juros elevados em moeda forte, não gera riqueza para se sustentar. Foi o que aconteceu com a Argentina que no inicio de 2002 deu um calote aos seus credores. Durante largos anos houve miséria e restrições de todo o tipo e se hoje a Argentina está relativamente bem, convém não esquecer que aproveitou o seu enorme potencial de recursos naturais e o preço forte destes durante os últimos anos em que a economia mundial cresceu fortemente. O eventual paralelo com Portugal teria a primeira parte comum, mas não a segunda.
Até ao último momento os técnicos do FMI continuavam a dizer que se estava no bom caminho. Assim, arrepio-me um pouco quando penso no resultado que a sua “ajuda técnica” pode trazer a Portugal.
Até ao último momento os técnicos do FMI continuavam a dizer que se estava no bom caminho. Assim, arrepio-me um pouco quando penso no resultado que a sua “ajuda técnica” pode trazer a Portugal.
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