20 setembro 2008

O efeito cortesão

Há um princípio básico em qualquer julgamento que consiste em ouvir sempre as duas partes. Este “ouvir” deveria ser feito de forma equitativa porque quando uma parte é ouvida dez vezes mais do que a outra, há um risco sério de avaliação tendenciosa. Lógico, não?

O que isto tem a ver com cortes e cortesãos? Tem a ver com o facto de que o cortesão que vive na corte tem naturalmente muito mais oportunidades de ser ouvido do que quem se encontra fisicamente afastado. Sem querer e sem cuidado, o cortesão fica extraordinariamente beneficiado.

Aqui, é importante o perfil da organização. Se está consciente desse perigo, procura distanciamento e formalismos que o minimizem. Se não estiver e for uma daquelas em que a “informação” se propaga muito informalmente ao longo dos corredores, forçosamente sem contraditório… então será uma organização em que todos querem ser cortesãos porque estes sãos os “bons” e acabará por sofrer uma importante asfixia de tamanha pressão sobre os seus corredores.

2 comentários:

Anónimo disse...

Não tem nada a ver com o texto... Estive de férias e sei que não é desculpa mas... Espero que se sinta bem nos 45 e que o dia 15 de Setembro tenha sempre paisagens daquelas como a do seu texto anterior...
HP

Maria Manuel disse...

:-))
Ora aqui está o que se chama, por estas terras nordestinas, falar por claro...