08 janeiro 2008

A leste da costa oeste


Uma imagem idêntica à representada acima ocupava a segunda página do último número da “The Economist” que comprei. Recordei-me de ter visto em tempos a proposta inicial da BBDO sobre o “Portugal, Europe West Coast” e de a ter achado bastante interessante. Efectivamente, Portugal não é simplesmente um país do Sul, mas antes um país de charneira e que nem sequer é banhado pelo Mediterrâneo. Trabalhar na definição de uma nova identidade realçando a vertente atlântica desta “ocidental praia lusitana” não é disparate nenhum. Mesmo a proposta de mudar de bandeira não me chocou. Por muito carisma republicano e laico que a actual possa ter ........ aquela opção de colar o verde ao vermelho é uma barbaridade de terceiro mundo. Nenhum país com a responsabilidade histórica do nosso junta assim duas cores fortes.

Agora, gostava de conhecer a opinião dos promotores iniciais da campanha sobre a actual concretização da sua proposta inicial. Vejamos. De certa forma, parece que se está a promover principalmente o fotógrafo. A sua assinatura tem mais destaque do que o nome dos “talentos” nacionais apresentados. Destes, em oito, quatro estão ligados ao desporto. Por muito respeito que eu tenha pelo mesmo é demasiado. Juntando a fadista, já só falta um “F” para regressarmos ao famoso trio do Fátima, Futebol e Fado.

Entre esses “embaixadores” há caras universalmente reconhecidas como Ronaldo e Mourinho mas, por muito bem sucedidos que sejam, não têm dimensão nem estatuto para caracterizar a identidade da “west coast”, com o que isso deveria significar. Poderiam ser complementares mas nunca nucleares. Por outro lado, o que é que diz o nome de Joana Vasconcelos numa página da imprensa internacional? Saramago ou Siza Vieira não têm lugar? E porque não outros ausentes como Pessoa?

A encerrar os oito “talentos”, juntam-se dois cartazes ecologicamente simpáticos sobre energia solar e energia eólica, de novo e sempre “by Nick Knight” e ponto final! A ideia que fica é de que se passou completamente ao lado de uma oportunidade. E, não há nada mais desanimador do que ver uma boa ideia desperdiçada.

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