A vitória de Trump não é uma boa noticia e dispenso-me de elencar todas as razões já sobejamente enunciadas. Certamente também não será o fim do mundo, uma vez que ele já lá passou 4 anos e ainda cá estamos com as instituições cá e lá relativamente estáveis. Talvez um dos aspetos não negligenciáveis, a prazo, é a degradação de valores cívicos e éticos que uma liderança destas transmite à sociedade. Já houve no passado outros presidentes de princípios “marginais”, mas com a diferença que o escondiam ou conseguiram manter escondido. A menos de Nixon e o seu Watergate.
A surpresa quanto à derrota de Kamala, virá de quem achava
que bastava não ser Trump para reunir um largo e maioritário consenso de “gente
boa e luminosa”, garantidamente vencedora. E não foi assim. Kamala foi uma
vice-presidente muito pouco luminosa e largos sorrisos “dentífricos” não chegam
certamente para ser reconhecida como líder.
Enquanto não se encontrar uma terceira via entre o populismo
arrogante e boçal e o wokismo arrogado e sofisticado, enquanto as escolhas se
mantiveram entre estes dois polos, receio bem que o povo preferirá a arrogância
boçal à arrogância elitista.
A “culpa” não é do Trump…