06 agosto 2014

Quem sabe, sabe

Na mesma altura em que Pedro Santana Lopes é reconduzido à frente da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, sob elogios públicos do Governo, o conselho de auditoria da instituição vem dizer que em 2013 ela passou a perder dinheiro, 60% das encomendas são feitas com consulta a um único fornecedor, o prejuízo registado é também em muito devido ao aumento dos custos com pessoal, que não se entende cabalmente, e questiona a sustentabilidade da entidade a continuar nestes moldes.

Sobre isto, o Provedor reconduzido só tem a dizer: “A SCML tem uma história de 516 anos de respeito pela lei e pela moral. Publica as suas contas, que são escrutinadas e aprovadas pela tutela. É uma pessoa colectiva de direito privado e actua como tal”. Um gestor questionado defender-se nesta formalidade do “desde que aprovado pela tutela, está tudo bem”, diz muito sobre os seus princípios. Também diz que certamente durantes esses 516 anos a instituição não foi gerida no seu estilo, senão, provavelmente, já não existiria.

Fico ainda algo confuso com estas contas privadas em tutela pública e também surpreendido pelo facto de quem escrutinou e aprovou as contas ter louvado o “muito relevante trabalho” realizado.

Santana Lopes é potencial candidato à Presidência da República e mais não comento (ficaria excessivamente nervoso…).

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