16 julho 2011

EUA, Portugal e Grécia… e Europa

Teoricamente os EUA estão a um passo de dar um calote aos seus credores e Obama veio a público realçar que os EUA não são a Grécia nem Portugal. E tem razão, independentemente de ser um pouco estranho ele sentir a necessidade de o afirmar assim em público. Acredito que os EUA não terão um hospital público com 45 jardineiros para 4 arbustos como acontece na Grécia e também acredito que lá um BPN não seria pago pelos contribuintes. Descontando esse tipo de diferenças, o fundo é o mesmo: o estado gasta acima das suas receitas e precisa de pedir mais dinheiro emprestado. Convém recordar que se o problema actual é o aumento do limite de endividamento ter que ser aprovado pelos Republicanos e estes estarem em braço de ferro com a administração Obama, a despreocupação com o défice das contas públicas já começou nos bons velhos tempos da administração Bush.

Mas há uma outra diferença, e a principal, entre os EUA e Portugal. É que eles têm nas traseiras da sua administração uma máquina de produzir dólares, que põem a trabalhar à velocidade que entenderem, vendendo essas notas ao resto do mundo sem grandes dificuldades. Essa é a diferença fundamental. Na europa (em minúsculas) temos o Euro e até poderíamos fazer algo parecido, mas a Sra Merkel e afins, preocupados com os eleitores dos seus quintais, continuaram a achar que o problema da Europa é apenas o dos jardineiros gregos e dos BPNs portugueses e insistem que tudo se resolve com disciplina e austeridade. A austeridade e o equilíbrio das contas públicas não são uma opção, são uma necessidade, mas enquanto ficarmos apenas por aí vamos continuar fundamentalmente diferentes dos EUA.

Sem comentários: