03 abril 2011

Fantástico

“Devo referir que sempre estive convencido de que o meu percurso académico com oito anos de frequência universitária e elevado número de cadeiras concluídas, em mais do que um plano de estudos curriculares, correspondesse a um curso superior à luz das equivalências automáticas do Processo de Bolonha”.

Para quem não sabe, uma licenciatura de “Bolonha” são 3 anos e este génio “estava convencido” de que estaria licenciado por ter andado por lá 8 anos. Não se pode culpá-lo: após tanto tempo é provável que tenha perdido um pouco a conta ao “elevado número de cadeiras concluídas”.

Este senhor chama-se Marcos Batista, era administrador dos CTT’s e, ao assumir o cargo, assumiu ser licenciado, ao que parece de boa fé porque estava realmente convencido disso.
Talvez o mais relevante no seu CV é ter sido sócio do Secretário de Estado que o nomeou para o cargo, onde estava desde 2005. Uma pesquisa do seu CV deu este resultado fantástico:

Administrador e CCO dos CTT - Correios de Portugal, S.A.;
Presidente do Conselho de Administração da EAD – Empresa de Arquivo de Documentação, S.A,.
Administrador da Payshop Portugal, S.A. e da Mailtec - Holding,SGPS, S.A.;
Vogal do Conselho de Gerência da PostContacto - Correio Publicitário,Lda.
Vogal do Conselho de Administração da Payshop Moçambique, S.A.R.L
De 1996 a 2005 foi Director de Marketing e Comunicação do Grupo Águas de Portugal, SGPS, S.A.;
Administrador da Águas de Moçambique entre 2001 e 2002;
Director Geral da Laveiro, Lda., e
Director Financeiro e de Marketing da Área Dinâmica, Lda.,de 1993 a 1996; Marketing Manager - Avon Cosméticos S.A., entre 1991 e 1993;
Gestor de Projectos da Transbel, S.A. e
Professor na Escola Secundária de S. João do Estoril, entre 1990 e 1991; Gabinete de Contabilidade Gloria Motta Pereira, de 1989 a 1990.

Falta aqui a referência da “empresa” em que Batista Bastos foi sócio de Paulo Campos, o tal Secretário de Estado que o nomeou: a empresa chamava-se “Puro Prazer” e foi constituída para “para organizar a Semana Académica de Lisboa no ano de 1995”, sendo extinta um ano depois.

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