Pessoas são em muitas circunstâncias a variável fundamental que faz a eficácia e o sucesso das organizações. Especialmente na saúde a dimensão humana é, e em muito, o que faz a diferença, entre o resultado de profissionais competentes, dedicados e humanos e os outros…
Certamente que não é fácil organizar um sistema público de
saúde pela sua dimensão e natureza, mas da base ao topo, do operacional à
gestão de topo, a chave está nas pessoas, sua atitude e competências… e se
fossemos decapitar estruturas por cada erro cometido, não teríamos
substituições todas as semanas, mas quase…
Vem tudo isto a propósito da atual ministra da saúde, Ana
Paula Martins. Sabemos que os problemas do SNS não se resolvem num mês ou dois
e sabemos também que não será mudando de ministro todos os meses que teremos
solução, mas… o facto é que do que se vê das suas ações é mudar pessoas, ainda
agora mais uma no INEM, que até muda de nome para ANEM.
Não se esperariam milagres da ação da ministra, mas, no
mínimo, humildade e alguma solidariedade institucional para com as estruturas
de que é responsável. Do que se vê é que, aparentemente, os problemas nunca são
da sua responsabilidade direta. Já só falta dizer que a culpa é das
pessoas que adoecem quando não devem e das grávidas que vão ao hospital quando não
é oportuno. O seu discurso chega a tocar a sobranceria e arrogância, atitude inaceitável
para quem é o máximo responsável por um serviço fundamental que o Estado deve
prestar à população e que está a falhar demasiadas vezes.
Ana Paula Martins avança não entre os pingos da chuva, mas
no meio de uma borrasca sem se molhar e sem se preocupar demasiado com o
escrutínio do seu desempenho. Aparentemente terá um sólido guarda-chuva que a
protege! Qual será o segredo dessa proteção? Não sei e aqui também não é local
para avançar palpites.




