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28 agosto 2025

Ser comunista (II)

2)       O contexto histórico

É importante analisar os acontecimentos históricos dentro do contexto em que ocorreram. Neste caso, o marxismo nasce em meados do século XIX, um período de mudanças políticas e sociais enormes. Há a consolidação da revolução industrial que traz um enorme desenvolvimento e enriquecimento, não muito bem distribuído; há a transição do absolutismo para o liberalismo, com avanços e recuos. 

Não há revoluções todos os dias, mas a frequência é elevada. Por exemplo, em 1848 houve uma “primavera dos povos”, com revoluções e perturbações simultâneas em França, Áustria, atuais Itália e Alemanha, Irlanda, Suíça, Hungria, além de outras instabilidades na América Latina.

França que desde a sua revolução de 1789 foi uma espécie de laboratório de ensaio destas convulsões, tem o seguinte histórico de transições no século XIX.

1789 – Revolução inicial

1792 – Primeira República

(1793-1794) Terror de Robespierre e jacobinos

1799 – Consulado Napoleão Bonaparte

1804 – Primeiro Império (Napoleão Bonaparte)

1814 – Restauração monarquia Bourbon

1820 – Revolução e instituição da monarquia de Orleães

1848 – Revolução e instauração da Segunda República
               (Luís Napoleão eleito Presidente da República)

1851 – Luís Napoleão instaura Segundo Império

1870 – Queda de Luís Napoleão e instauração da Terceira República

Portanto: em 100 anos, como regime, temos 3 monarquias, 2 impérios e 3 repúblicas. Alguns destes eventos tiveram repercussões no resto da Europa, como especialmente o de 1848, acima referido. Curiosamente Portugal foi poupado a essa data porque, frescamente saído da guerra da Patuleia, era cedo para novos transtornos.

Voltando ao marxismo, pode-se entender que neste período em que “tudo acontecia” seria “normal” imaginar, especular e propor uma forma radicalmente diferente de organização política, económica e social, que nunca tinha sido tentada e que poderia ser a “solução” que faltava encontrar.

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