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30 janeiro 2013

Questão sobre In Amenas

Por acaso eu estava em Argel no dia da tomada de reféns nas instalações de produção de gás natural de In Amenas. Por acaso é no mesmo país, mas poderia não ser dada a distância de 1500 km e o mundo de diferença entre os dois lugares. No entanto, e apesar disso, segui o assunto com bastante atenção e agora a frio cá ficam-me umas dúvidas e interrogações.

Parece que o objectivo inicial do ataque era tomar o autocarro que saia da base e fazer reféns. Houve tiros, houve mortos, mas este seguiu viagem. Um comando tão fortemente armado que depois resistiu durante dias a um exército que actuou sem cerimónias não conseguiu bloquear um autocarro, se bem que este estivesse devidamente escoltado. O comando dirigiu-se em seguida para a base de vida, provavelmente para ir buscar outros reféns e lá ficou. Aparentemente não tentou sair imediatamente com alguns reféns enquanto havia confusão.

A partir de altura em que o exército cerca o local, o fim estava marcado. A missão torna-se suicida. Quando várias horas depois saem do aldeamento veículos com terroristas e reféns, o exército já em posição não tem contemplações e faz em pedaços os veículos e todos os ocupantes, podendo-se “entender” a brutalidade apenas pela enorme ameaça que seria essa presença nas instalações industriais, separadas da base de vida de algumas centenas de metros.

Mas, afinal, no fim havia terroristas e reféns nas instalações industriais. Não sei se lá entraram na primeira hora ou se se transferiram durante o cerco. Claramente derrotados executaram esses reféns e nada explodiu…! A fábrica que até representa quase 20% das exportações de gás do país, retomará a produção sem problemas de maior. Apesar da cobertura mediática e dos ocidentais mortos a acção não se salda por um grande sucesso para os terroristas. Como aquilo não explodiu é para mim um mistério …


PS em 4/2/2013 após mais informação recebida/lida - Afinal parece que eles queriam mesmo fazer explodir o complexo industrial e uma parte do grupo instalou-se logo lá na primeira hora, mas com o alarme dado a produção parou e isso foi suficiente para limitar os estragos potenciais. Eu não sabia, e pelos vistos eles também não, que não é assim tão fácil incendiar um complexo de produção de gás desligado!

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