28 junho 2012

Politicamente correcto

Nenhuma empresa politicamente correcta que se preze apresenta uma imagem institucional com pessoas sem incluir representação de minorias. Um anúncio de um seguro, de um produto financeiro, ou de outra coisa qualquer também tem que ter o seu colorido… Penso que até haverá associações e outras confusões que se dão ao trabalho de vigiar a devida representatividade das minorias nos alvos potencialmente racistas. Falha-me a memória mas já vi um protesto do tipo… não sei se pela Playboy ter uma percentagem excessiva de louras, mas algo do género…

No S. João de Braga - e chapéu se tire aos seus bispos e demais clérigos que ao longo do tempo conseguiram incluir uma muito pia procissão na festa do solstício do Verão, para esta não ser santa apenas de nome - apareceu-me um gigantone… preto! Confesso que não sou especialista no tema, mas não me lembro de ter visto alguma vez um gigantone assim colorido… Está bem, está de acordo com os tempos e fico à espera que, para o ano, corrijam a falha grave de não terem apresentado nenhum com feições asiáticas…!

22 junho 2012

O melhor será...?

Certamente que já todos deixamos alguma vez algo importante esquecido em cima de uma mesa de restaurante ou café ou, pelo menos, um guarda-chuva abandonado num local qualquer.

Um destes dias aconteceu-me algo curioso numa daquelas fases em que sonho, sem ter a certeza se estou mesmo a dormir ou se simplesmente assisto a uma sequência imaginada, que me corre sem esforço e sem controlo, e da qual sou uma espécie de espectador (atenção que espetador é outra coisa, apesar do acordo ortográfico).

Sonhei, ou imaginei, ou o que quer que seja, que num país daqueles em que não se entra e sai com duas tretas, me tinha esquecido da mochila “com tudo” num restaurante. Ainda por cima com vários espectadores prontos a espetarem-me a evidência da enorme estupidez, sem apelo nem agravo. Ao dar-me conta da falta, regresso a correr ao restaurante, mas, desafortunadamente, a mochila tinha desaparecido, com o PC portátil em que a última cópia de segurança (in english backup) era um pouquito antiga, o passaporte e mais uma tralha de coisas que muita falta faziam.

Fiquei siderado com tamanha estupidez, realmente encravado pela falta do passaporte, como vou regressar, tenho que pedir um provisório na embaixada, que grande contratempo, que grande confusão…, e com os irónicos e pseudo-solidários espe(c)tadores bem presentes…. Um daqueles momentos em que apetece desaparecer no buraco mais ao pé. Que chatice… como vou sair desta, como … que porra! Qual a melhor forma de resolver isto!? Nessa altura o espectador eu-próprio interveio e disse lá para dentro: “O melhor agora, o melhor mesmo… será acordar!” e, quando dei conta, já não estava num país estranho sem passaporte, abanando desesperadamente a cabeça, mas tinha-a tranquilamente pousada num travesseiro familiar!

Continuo sem saber se teria sido mesmo um sonho, mas agradeci aos meus reflexos pragmáticos terem-me poupado o prolongamento da angústia, mesmo em estado de consciência duvidoso. E fiquei com a lição e o exemplo: Por vezes, o melhor mesmo é acordar!

21 junho 2012

Prioridades e necessidades

Vi numa noticia que as famílias portuguesas gastam mais em hotéis, restaurantes e cafés do que em saúde e educação, sendo que estamos em crise e sendo também que isto de estatísticas pode ser algo traiçoeiro. Se duas pessoas comeram em média meio frango, pode uma ter comido o frango inteiro e a outra nada…

O dinheiro, assim com o tempo, são utilizados conforme as prioridades. Não termos tempo para fazer uma coisa, significa que outras coisas são prioritárias para nós, dentro do tempo que temos disponível. Se baixarmos o nível de prioridade do dormir, ficaremos com tempo para fazermos uma série de coisas, para as quais à partida não teríamos tempo. No entanto, a questão é que dormir não é uma prioridade, é uma necessidade…

Gastar mais no lazer do que na educação e na saúde, pode não ser grave se o orçamento chega para tudo. Agora, se na hora de cortar, o bife to talho fica a perder para o “shot” do bar, há aqui um esquema de “prioridades” que não é o mais saudável em várias vertentes da saúde e uma identificação de “necessidades” deficiente. Como todos sabemos ficar sem dormir o necessário dá mau resultado.

20 junho 2012

Os Velhos


"Não há nada no Universo que aconteça sem o não e sem o sim dos velhos do Jardim"
Carlos Tê

17 junho 2012

Etiquetas

O Glosa Crua entrou em processo de etiquetagem mas vai apenas a 10%... eu aviso quando estiver concluido


PS: Que etiqueta ponho aqui neste ?

12 junho 2012

Mulheres....

Já me disseram que a diferença entre homens e mulheres é apenas uma e, por sinal, bem pequena. Jacques Brel dizia que a mulher era o pior inimigo do homem, mas um maravilhoso inimigo… enfim. Que as mulheres são diferentes dos homens é verdade e que a adopção por casais homossexuais não deixa de ser um pouco um cappucino apenas com café ou apenas com espuma de leite, mas, enfim, o tema hojte não é esse.
François Hollande, presidente de França, tem como companheira actual Valérie Trierweiler (à esquerda na foto acima). Antes houve Ségolène Royal (à direita na foto), com quem teve 4 filhos. Ségolene foi a candidata presidencial do PS Francês em 2007, derrotada por Sarkosy, e daí para cá tem tentado reconstruir a sua vida e relevância política, com alguma dificuldade. No passado fim-de-semana ocorreu a primeira volta das legislativas francesas em que ela caiu de pára-quedas em La Rochelle. O PS’ista local, Olivier Falorni, empurrado pelo aparelho, apresentou-se como independente, ficou em segundo, e ameaça a eleição de Ségoléne na segunda volta. Todo o aparelho do partido saltou para a arena para apoiar a candidata oficial, incluindo o Presidente da República.
Tudo normal… até entrar em jogo o factor feminino…! Que foi, no seu Twitter, a companheira actual do Presidente, escrever uma mensagem de apoio ao independente, adversário da outra. A estupefacção foi tal que até pensaram que a conta tinha sido pirateada, mas a senhora prontamente esclareceu: Não, foi ela mesma quem escreveu o twit…
E aqueles (aquelas?) que afirmam que a diferença entre homem e mulher é apenas física e pequenina… enganam-se!

09 junho 2012

Os mineiros dos montes de Leão


Minas são sempre uma riqueza temporária e insustentável. É tirar enquanto houver e for viável, o que quer dizer até o dia em que o custo de retirar for superior ao preço do mercado do minério e se perder a rentabilidade económica.
Poderá prolongar-se um pouco a viabilidade com “ajudas”, que é como quem diz o geral do contribuinte ou o consumidor pagar o diferencial dos custos. E é isto que tem acontecido no carvão no norte de Espanha e que agora acaba.
Os protestos dos mineiros espanhóis estão nas primeiras páginas com estradas cortadas, barricadas e arremesso de pedras. Um cenário mais ou menos habitual, por vários motivos e em diversas geografias. Ao procurar no mapa onde ocorriam exactamente aqueles protestos em “Leão e Astúrias”, encontrei, não longe, Villablino, que não deve dizer nada a muita gente.
Villablino é uma povoação nos montes de Leão onde, salvo erro em 1988, numa iniciativa algo invulgar e louvável, Fernando Reino, na altura Embaixador de Portugal em Madrid, resolveu colocar as comemorações locais do 10 de Junho, dado o elevado número de imigrantes portugueses mineiros lá instalados. Estive lá nessa altura, integrado no grupo que foi levar alguma cor e animação aquela terra tão escura, tão enterrada lá longe, de difícil acesso, e em que as pessoas literalmente se enterravam.
Recordo gente a quem ouvíamos espantados e arrepiados a idade real, anunciando uns 20 anos menos do que a aparente; gente para quem um pesqueno corte, em contacto com o minério, deixava uma mancha escura indelével na pele, relatos terríveis de gente com vida muito, muito difícil…
Não voltei lá; não fica no caminho para nenhum lugar. Mesmo a nova auto-estrada entretanto construída passa longe. Penso que haverá bastante menos portugueses e talvez as minas em actividade tenham condições de trabalho menos duras. No entanto, definitivamente, aqueles protestos dos mineiros lá dos montes de Leão, soam-me diferentes dos dos jovens urbanos simplesmente “indignados”.

07 junho 2012

Serralves esteve em festa

Festa é festa e Serralves é cultura, donde que festa cultural é aquela coisa que atrai muita gente, inclusive aquela gente que não gosta  de circos. Na comunicação social, o que vi foi o seguinte: um macaquinho a andar de triciclo, as crianças gostavam, mas um circo a sério tem muito melhor, e uma espécie de super-heróis tristes e cansados assim como a mostrar que os super-heróis não são necessariamente assim tão super. Posso estar a fazer um julgamento faccioso, não fui lá, comento pelo que vi na comunicação social, mas apetece-me fazê-lo, mesmo com uma semana de atraso. Super-heróis há, masculinos e femininos, mesmo sem bigode e tenho alguma dificuldade em acompanhar esta reflexão do suíço famoso que nos trouxe os super-homens azuis cansados. De realçar que um/a verdadeiro/a “super” não se mede pelo tamanho dos bíceps, é por outras coisas…. E quanto ao resto teria sido melhor um circo, mesmo circo. Tem maior dimensão cultural; pode não ser é aquela que os fans de Serralves aceitam.

04 junho 2012

Tudo aqui tão perto

1- E a Espanha aqui tão perto - O que era impensável passou a ser provável – a Espanha pedir um resgate. Só que a acontecer será diferente, diz-se. Poderá ser uma ajuda directa à banca para não ficar o governo tutelado pela famosa troika. Que raio, porquê para eles e não para a Irlanda que tinha uma situação à partida tão idêntica? E se o Sr Hollande implementar as suas ideias voluntariosas e a França ficar enrascada, alguém está a ver uma troika com o FMI a entrar em França? Claro que não; o De Gaulle até ressuscitava com a raiva! Certamente que haverá outro modelo de ajuda. E isto é um dos problemas desta Europa – vai à toa arremendando soluções em função de cada caso concreto.
2 – E a Galiza aqui tão perto – Diziam-me lá este fim-de-semana que o sofrer a crise em Portugal será menos traumático do que em Espanha, porque Portugal no fundo nunca interiorizou a “nova riqueza” de uma forma tão assumida como Espanha. Ou seja, resignamo-nos mais facilmente a reencontrar as dificuldades. Será?
3 - E o Mali aqui tão perto – O norte do Mali decretou “independência”, num novo estado, islâmico a mais não poder ser, conquistado e controlado pelo Al Qaeda com as armas que sobraram da overdose bélica que choveu na Líbia nos últimos tempos. Novo Afeganistão à vista…. E aqui tão perto
4 – E o Afeganistão aqui tão perto – Multiplicam-se os casos que pareçam não deixar dúvidas sobre os autores e as intenções. Os alunos nas escolas sofrem intoxicações mais ou menos graves, por lá serem ensinadas coisas inadequadas e, sobretudo, por ensinarem raparigas que não têm nada que andar na escola. Os Américas e Cia vão desistir e abandonar o país.
5 – E a nova Primavera na Tunísia – Ghazi e Jabeur – dois jovens líbios de 28 anos diplomados e desempregados, enraivecidos e desesperados cometeram o crime que publicaram no facebook caricaturas obscenas do profeta e de se declararam ateus. Ambos julgados e condenados a 7 anos e meio de prisão efectiva. O primeiro fugiu, o segundo pode ter ainda mais problemas porque o Procurador recorreu da sentença e pede perpetuidade.